1. Leia as charges a seguir. Identifique e explique as críticas feitas.
Charge 1
Orações coordenadas
1. O que significa essa afirmação: “Não entendemos
palavra por palavra, entendemos o todo.”?
2. Dos períodos abaixo, construa períodos
compostos por coordenação, unindo cada uma das orações usando os conectivos
corretos.
Exemplo: João parou de andar de skate. Ele
quebrou a perna.
João parou de andar de skate, pois quebrou a
perna.
a. Aquele foi um janeiro quente e ensolarado. Não
pudemos tirar férias.
b. Venha me visitar. Quero estar com você algum
tempo.
c. Não compareci à reunião. Não posso opinar sobre
o assunto.
3. Classifique as orações destacadas de acordo com
o seguinte código:
I. Oração coordenada sindética aditiva
II. Oração coordenada sindética adversativa
III. Oração coordenada sindética alternativa
IV. Oração coordenada sindética conclusiva
V. Oração coordenada sindética explicativa
a. Agradeço sua oferta, mas não a aceito,
porque me faltam recursos para arcar com essa despesa.
b. As crianças ora brincam felizmente, ora
brigam violentamente.
c. O deputado não apenas se exaltou na sessão, como
também votou contra a proposta do partido.
d. A terra está seca, logo ninguém regou minhas
plantas.
e. Ele venceu porque se esforçou muito.
1. Localize os verbos e as locuções verbais presentes no
trecho da letra da música “Metamorfose ambulante”, de Raul Seixas.
Prefiro
ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
formada sobre tudo
Eu quero dizer agora o oposto do
que eu disse antes
Do que ter aquela velha opinião
formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já
se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe
tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
1. Localize os verbos e as locuções verbais presentes no
trecho da letra da música “Metamorfose ambulante”, de Raul Seixas.
É chato chegar a um objetivo num
instante
Eu quero viver nessa metamorfose
ambulante
Do que ter aquela velha opinião
formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se
apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe
tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou lhes dizer aquilo tudo que
eu lhe disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante
Do que ter aquela velha opinião
formada sobre tudo
A quase morte de Zé Malandro
Ricardo Azevedo
Zé Malandro era boa
pessoa, mas malandro que nem ele só. Em vez de trabalhar como todo mundo,
preferia passar a vida zanzando e jogando baralho. Ou então ficava
deitado na rede, folgado, tocando viola de papo para o ar. Por
causa disso era pobre, pobre, pobre.
Certo dia, estava em
casa preparando o jantar, um pouquinho de feijão e um pedaço de pão seco,
quando bateram na porta. Era um viajante. O homem, muito velho, pedia um
pouco de comida.
— Entre aí — disse Zé
Malandro. — Onde um quase não come, dois quase não vão comer também.
Os dois riram.
Após o jantar, o
viajante agradeceu muito e contou que tinha poderes mágicos.
— Você foi muito generoso
repartindo a comida comigo — disse o velho viajante. — Em retribuição pode me
fazer quatro pedidos. Por exemplo — sugeriu ele — se quiser, pode pedir
para ser protegido pelo resto da vida.
Zé Malandro pensou e
disse:
— Prefiro ter o dom de
ser invencível no baralho.
— Concedido — disse o
velho. — Por exemplo, se quiser, pode pedir perdão para todos os seus
pecados.
Zé Malandro pensou e
disse:
— Prefiro ter uma
figueira que quem subir nela só desce com minha ordem.
— Concedido — disse o
velho. — Por exemplo, se quiser, pode pedir sua salvação.
Zé Malandro pensou e disse:
— Prefiro ter um banco
que quem sentar nele só sai com minha ordem.
— Concedido — disse o
velho. — Por exemplo, se quiser, pode pedir, quando morrer, para ir para o
céu.
Zé Malandro pensou e disse:
— Prefiro ter um saco
de pano que quem entrar dentro só sai se eu mandar.
O velho coçou a cabeça,
concedeu, despediu-se e seguiu viagem.
A partir daquele dia,
Zé Malandro plantou um pé de figo ao lado de sua casa e nunca mais se
preocupou com nada vezes nada. Passava o dia inteiro ou deitado na rede
de papo para o ar ou jogando baralho. Como ganhava todas, sempre
tinha dinheiro para comprar comida, roupa e as coisas de casa. Era tudo de
que o Zé precisava. Mas o tempo é invisível. Passa dia e noite e ninguém
vê. A figueira virou uma árvore frondosa e Zé Malandro acabou
ficando velho. Muito velho.
Certa noite, bateram na
porta de sua casa. Era a Morte vestida com uma capa preta.
— Zé, pode se preparar.
Sua hora chegou — disse ela segurando uma foice.
— Mas como! —
exclamou ele espantado. — Já? Deve haver algum engano! Ainda me sinto tão
bem!
A Morte não era de
muita conversa.
— Se está pronto,
vamos.
Zé Malandro baixou a
cabeça.
— Posso fazer um último
pedido? — perguntou ele com lágrimas nos olhos. — Quero comer um figo
antes de morrer.
— Pode ser — disse a
Morte. — Mas ande logo com isso.
— O problema — explicou
Zé Malandro retorcendo o corpo de lado — é que estou meio velho e já não
consigo trepar na árvore para pegar uma fruta.
E implorou:
— Por favor, dona
Morte, faça isso por mim! É o último desejo de um pobre velho miserável
raquítico esclerosado caindo aos pedaços!
A Morte resmungou, mas
aceitou. Subiu na árvore, arrancou um figo e lá ficou. Não conseguiu mais descer de jeito
nenhum.
Zé Malandro deu risada,
despediu-se e foi jogar baralho.
Deixou a Morte presa lá
em cima, furiosa.
Com a Morte aprisionada
no alto da figueira, a confusão na cidade onde Zé Malandro vivia foi
geral. Como ninguém mais morria, os coveiros e fabricantes de caixões
ficaram sem trabalho. Os médicos e hospitais perderam a clientela.
E, além disso, houve
desemprego, pois, as pessoas não se aposentavam mais nem cediam lugar para
as outras mais jovens. E o pior: a população começou a aumentar muito.
— Isso é contra a
natureza! — gritava a Morte revoltada, agarrada nos galhos da figueira. — Você tem que me deixar sair daqui!
E a Morte insistiu
tanto, explicou tanto, argumentou tanto que Zé Malandro acabou
cedendo.
— Mas só deixo você
descer se me der mais sete anos de vida — disse ele.
A Morte não tinha outro
jeito. Acabou concordando.
E assim, Zé Malandro
continuou sua vidinha folgada de sempre, feliz da vida, jogando baralho,
cada vez mais velho, cada vez mais invencível.
Sete anos passam
depressa.
Certa noite, bateram na
sua porta. Era um homem estranho, de cara feia, chapéu e paletó escuro.
— Zé, se prepare —
disse o homem. — Sua hora chegou.
— Quem é você? — quis
saber Zé Malandro.
— Sou o Diabo —
respondeu o outro, tirando o chapéu e mostrando dois tristes chifres. — A Morte não quis vir de jeito nenhum,
mas me mandou no lugar dela para buscar você.
— Mas como! — disse o
Zé espantado. — Já? Deve haver algum engano!
O Diabo caiu na
gargalhada.
— Não venha com essa
conversa mole. Já estou avisado sobre você. Vamos embora agorinha mesmo.
Ou vai me pedir pra subir na figueira? Nessa eu não caio!
Zé Malandro baixou a cabeça.
— Posso fazer um
último pedido? — perguntou ele com lágrimas nos olhos. — É muito
importante. É o último desejo de um pobre velho miserável raquítico esclerosado
caindo aos pedaços. Queria tomar um traguinho de cachaça antes de abotoar
o paletó. Você me acompanha?
O Diabo lambeu os
beiços.
— Até que não é má
ideia!
— Sente-se aí enquanto
eu pego os copos e a pinga — disse Zé Malandro, puxando o banquinho.
Dito e feito. O Diabo
sentou e de lá não saiu mais.
— Me tira daqui! —
gritou ele, assustado.
Zé Malandro deu risada,
despediu-se e foi jogar baralho.
Com o Diabo preso no
banquinho, acabaram-se os crimes na cidade. As cadeias ficaram vazias e os
guardas, delegados, advogados e juízes preocupados em perder seus empregos.
Além disso, como as pessoas agora só falavam a verdade, começou a haver
muita confusão porque as verdades são muitas. Mas o pior não foi isso. Acontece
que o Diabo passava o dia inteiro sentado no banquinho gritando,
guinchando e falando os piores palavrões.
— Cala a boca! — dizia
Zé Malandro.
— Minha mulher me mata!
— berrava o Diabo furioso.
— Saí para buscar você
já faz mais de um ano e ainda não voltei pra casa! Quando eu voltar ela me
arrebenta!
— Diga a ela que você
ficou preso num banquinho!
— Ela não vai
acreditar! Me solta, Zé Malandro, por favor, que a Diaba me quebra a cara!
Cansado daquela
figura resmungando dia e noite dentro de casa, Zé Malandro acabou
cedendo.
— Mas só deixo você
sair se me der mais sete anos de vida — disse ele.
O Diabo não tinha outro
jeito. Acabou concordando.
E assim, Zé Malandro
continuou sua vidinha folgada de sempre, feliz da vida, jogando baralho,
cada vez mais velho, cada vez mais invencível.
O tempo passou. No dia
em que se completaram sete anos, Zé Malandro fechou a casa inteira bem
fechada só deixando uma janelinha destrancada. No quarto, debaixo
da janela, colocou seu saco de pano bem aberto.
Naquela mesma noite, o
Diabo apareceu, ele e sua mulher.
A Diaba não tinha
acreditado nem um pouco na história do banco e dessa vez quis vir junto
com o marido.
O Diabo bateu na porta.
Nada. Bateu de novo. Nada.
Acabou descobrindo a
janelinha aberta e entrou com a mulher por ela.
Os dois foram parar
dentro do saco de pano e lá ficaram.
Zé Malandro apareceu
com um pedaço de pau na mão e começou a bater no saco.
— Socorro! — berrava o
Diabo.
— Me acuda! — berrava a
Diaba.
O casal dos infernos passou
o ano inteirinho dentro do saco tomando pancada todo santo dia. No fim, Zé
Malandro cansou. Estava velho demais e até um pouco gagá. Soltou o casal
de diabos que fugiu mancando apavorado. Dias depois, o Zé fechou os olhos
e entregou a rapadura.
Foi direto para as
profundezas do inferno.
Ao chegar lá bateu na
porta. Apareceu o Diabo que, ao vê-lo, recuou assustado e começou a
gritar:
— Vai embora! Aqui,
você não entra! Cai fora, Zé Malandro! No inferno você não fica!
Sem saber direito o que
fazer, Zé Malandro foi até o céu e bateu na porta. Apareceu São Pedro. O
santo fez cara feia.
— Você não quis ser
protegido, não quis perdão para seus pecados, não quis a salvação nem vir
para o céu.
Agora, não tem jeito.
Vai embora! No céu você não fica.
E assim, sem ter para
onde ir, Zé Malandro achou melhor voltar para a Terra. Dizem que até hoje anda
por aí, invencível, jogando seu baralhinho.
Disponível em:
<https://eixodoleitorcrateus.blogspot.com.br/2016/10/a-quase-morte-de-ze-malandro.html>. Acesso em: 16 de abril de 2018.
1. Quais eram
as características de Zé Malandro?
2. Quais foram
os pedidos feitos por Zé Malandro?
3. Quais foram
as consequenciais da prisão da Morte na figueira?
4. Quais foram as
consequenciais da prisão do Diabo no banquinho?
5. Explique a frase “dias depois, o Zé fechou os olhos e entregou a
rapadura”.
1. O texto a seguir foi retirado de um livro do escritor Benito Pérez Galdós – A Conjuração das palavras – e retrata o momento em que as pal...