quinta-feira, 10 de novembro de 2022

AM2 - 2E.M

 Aula invertida - AM2 - 2 E.M

Agora é com você.  

Prepare uma aula de leitura e interpretação de um artigo de opinião de acordo com as instruções abaixo.

  •  Leia atenciosamente o texto entregue pela professora.
  •  Crie uma questão de interpretação de texto e duas relacionadas às características do gênero e às estratégias argumentativos utilizadas.
  • Crie um powerpoint com o texto, as questões e as respostas.
  • Apresente para turma. Sua apresentação deve ter no máximo 17 min.

 

Importante: retome as informações a seguir.

  • Artigo de opinião




  • Estratégias argumentativas:

o   causa e consequência;

o   alusão histórica;

o   citação;

o   exemplificação;

o   contraposição;

o   comparação;

o   comprovação

o   contra-argumentação.                                      

Critério de avaliação

Estratégia argumentativa: identificação e análise.

 0,00 a 2,00

 

Questões coerentes e de acordo com a norma-padrão de Língua Portuguesa.

0,00 a 3,00

 

Linguagem: clareza, coerente e didática.

0,00 a 1,50

 

Apresentação em Power Point: organização entre texto e imagem. Além disso, cumprimento da norma padrão da língua portuguesa.

0,00 a 1,50

 

Conteúdo: conhecimento e domínio do assunto e fidelidade ao tema proposto

0,00 a 2,00

 

 

Texto I

A tecnologia precoce. Lamentável!

Em recente homilia, o papa Francisco clamava para que tivéssemos um uso consciente dos telefones celulares. Advertiu que devemos ter um cuidado especial na orientação das crianças no uso dos smartphones.

Lembrei de Zygmunt Bauman, filósofo, sociólogo e cientista, indo mais além, um visionário que traduzia em fáceis palavras nossa truncada e conflituosa “sociedade líquida”. Em um de seus artigos escreveu que o acesso ilimitado à internet representava, para muitos, uma “escravidão voluntária”.

A escravidão imposta, compulsória, talvez seja uma das situações mais lamentáveis, degradantes e tiranas que um ser possa sofrer, mas penso que a escravidão voluntária, opcional, espontânea, talvez seja igualmente lastimável, sobretudo porque há a opção de não se submeter a determinada situação. É evidente que o avanço tecnológico deve ser festejado, mas seu uso deve ser direcionado pelo bom senso e responsabilidade, é o que já defendi e argumentei em diversos artigos. A Organização Mundial de Saúde já considera o uso dos celulares como uma patologia global, atingindo milhões de pessoas, causando danos físicos, emocionais e sociais.

E, lamentavelmente, todos esses prejuízos estão começando cada dia mais cedo, pois as crianças e até bebês já estão dependentes da tecnologia. Vejo crianças hipnotizadas pelo celular, sem interação com os pais, e o pior, sem vigilância no que estão vendo na internet.

Muitos bebês só dormem se estiverem assistindo a alguma coisa no celular, já existem equipamentos que acoplam os telefones nos berços e carrinhos. Talvez o próximo lançamento seja um berço equipado com sinal de wi-fi e tablet integrado, para que os recém-nascidos já passem a fazer parte do exército de consumidores.

Pois assim é a dinâmica do consumo contemporâneo, mais que criar produtos e mercadorias, é preciso que se criem consumidores. Indo além, preferencialmente consumidores que não questionem o uso, os benefícios ou malefícios do que estão consumindo, apenas consumam, naveguem, curtam, compartilhem....

Sei que as crianças, de maneira inicial, consomem “mercadorias inocentes”, explico: desenhos animados, músicas lúdicas e inúmeros produtos direcionados para a faixa etária infantil. O problema é a precocidade e a intensidade desse acesso à tecnologia. Pois num primeiro momento é isto que veem, mas em pouco tempo já estarão acessando outros conteúdos e navegando por outros mares. E a responsabilidade de impor limites, educar e direcionar é dos pais.

O mundo virtual e tecnológico deve ser usufruído, mas com regras, limites e no tempo adequado. Mais do que de um celular, as crianças precisam dos pais. Certamente elas terão melhores sonhos se dormirem com um abraço e não com uma tela luminosa.

SIQUEIRA, João Paulo S. de. A tecnologia precoce. Lamentável! Disponível em: <www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/2019/05/21/3476619/a-tecnologia-precoce-lamentavel.shtml>. Acesso em: 6 jun. 2019.


Texto II

O sonho olímpico à beira do abismo 

Bia Abramo 

Colunista da folha 

 

      As Olimpíadas ainda nem começaram, mas o Brasil já tem seu candidato a herói, ou melhor, candidata a heroína olímpica: Daiane dos Santos. A expectativa é enorme: nos programas esportivos que precedem os Jogos de Atenas, ela é tratada como a grande promessa de medalhas, de glória, de heroísmo. 

      Não é de todo descabido esse tratamento. Daiane é, de fato, uma atleta excepcional, vem obtendo resultados expressivos em competições internacionais, deu nome a um salto que só ela consegue fazer, etc. Mas o problema é transformar o desejo de que a ginasta se saia bem em comemoração por antecipação. A competição olímpica pode reservar surpresas e é já de se perguntar o que acontecerá com Daiane, se seu "sonho olímpico", para usar uma expressão presente em nove entre dez matérias de programas esportivos, não se realizar. 

     Para a TV, o esporte é a arena por excelência onde se criam e destroem heróis. Nas Olimpíadas, um raro momento em que a hegemonia absoluta do futebol como preferência nacional dá lugar a outras modalidades, outros nomes, outras imagens, essa possibilidade se multiplica, e daí essa espécie de corrida em determinar aqueles que devem ou não merecer nossa devoção. 

      É ambígua a relação dos brasileiros com seus heróis esportivos. Em primeiro lugar, temos a tendência a ser condescendentes no atacado e rigorosos no varejo. Perdoamos com mais facilidade um time que vai mal do que o esportista individual ou a estrela do time que falha. Lembremos de como Ronaldo, em 98, despencou para a posição de vilão em apenas uma partida e, em 2002, só ali depois do jogo contra a Inglaterra voltou plenamente a seu posto de herói do futebol. 

       Em segundo lugar, mesmo que os feitos atestem a potencialidade desse ou daquele atleta tornar-se um herói, temos um eterno pé atrás. Por alguma razão, por alguma espécie de premonição do desastre, desconfiamos de sua capacidade até o final, apostamos que eles não irão satisfazer plenamente nossa sede de triunfo. Talvez pela história errática de feitos esportivos, talvez por uma espécie de incapacidade de acreditarmos sem ressalvas no outro, o fato é que os nossos heróis do esporte nos parecem na iminência de um fracasso. Mas esporte na TV é, como se diz, emoção em estado obrigatório e essa desconfiança não combina com a espécie de histeria que toma a cobertura esportiva. A solução é bombardear o espectador com a certeza de que as previsões têm que dar certo. 

       Uma observação se impõe: esta coluna torce para que Daiane se transforme em nossa heroína por força de suas proezas, não pela insistência da TV. Desde Nadia Comaneci, que apresentou a ginástica agora chamada de artística para a minha geração, a visão dessas meninas que voam está entre as mais impressionantes e belas imagens que um esporte pode proporcionar. 

 

Folha de São Paulo, 20 de junho de 2004. 


Texto III

Deveríamos viver a vida ou capturá-la?

Um artigo recente no New York Times explora a onda explosiva de gravações de eventos feitas em smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.

Todos são, ou querem ser, a estrela de sua própria vida, e a moda é capturar qualquer momento considerado significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways, em que as máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico. Se você se depara com a morte, por que não compartilhar seus momentos derradeiros com aqueles que você deixou?

Há um aspecto disso tudo que faz sentido; todos somos importantes, nossas vidas são importantes, e queremos que elas sejam vistas, compartilhadas, apreciadas. Mas há outro aspecto que leva a um desligamento com o momento.

Estarão as pessoas esquecendo de estar presentes no momento, espalhando seu foco ao ver a vida através de uma tela? Você deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a para que os outros a vejam?

Deve-se dizer, entretanto, que isso tudo começou antes da revolução dos celulares. Algo ocorreu entre o diário privado que mantínhamos chaveado em uma gaveta e a câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em junho de 2001, levei um grupo de alunos da universidade de Dartmouth em uma viagem para ver o eclipse total do Sol na África. A bordo havia um grupo de “tietes de eclipse”, pessoas que viajam o mundo atrás de eclipses. Quando você vir um, vai entender o porquê. Um eclipse solar total é uma experiência altamente emocionante que desperta uma conexão primitiva com a natureza, nos unindo a algo maior e realmente incrível a respeito do mundo. É algo que necessita um comprometimento total e foco de todos os sentidos. Ainda assim, ao se aproximar o momento de totalidade, o convés do navio era um mar de câmeras e tripés, enquanto dezenas de pessoas se preparavam para fotografar e filmar o evento de quatro minutos.

Em vez de se envolverem totalmente com esse espetacular fenômeno da natureza, as pessoas preferiram olhar para isso através de suas câmeras. Eu fiquei chocado. Havia fotógrafos profissionais a bordo e eles iam vender/dar as fotos que tirassem. Mas as pessoas queriam as suas fotos e vídeos de qualquer forma, mesmo se não fossem tão bons. Eu fui a outros dois eclipses, e é sempre a mesma coisa. Sem um envolvimento pessoal total. O dispositivo é o olho através do qual eles escolheram ver a realidade.

O que os celulares e as redes sociais fizeram foi tornar o arquivamento e o compartilhamento de imagens incrivelmente fáceis e eficientes. O alcance é muito mais amplo, e a gratificação (quantos “curtir” a foto ou o vídeo recebe) é quantitativa. As vidas se tornaram um evento social compartilhado.

[...]

É por isso que eu tendo a usar essas tecnologias minimamente, para mostrar imagens e gráficos ou citações significativas.

GLEISER, Marcelo. Deveríamos viver a vida ou capturá-la? Fronteiras do Pensamento, 7 out. 2014.Disponível em: <www.fronteiras.com/artigos/marcelo-gleiser-deveriamos-viver-a-vida-ou-captura-la->. Acesso em: 3 set. 2019


Texto IV

Viver em sociedade                                                        

A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. 

Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano sempre necessitou de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. 

Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. 

Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. 

Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. 

Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais. 

 

 DALLARI, Dalmo de Abreu.Viver em sociedade. São Paulo: Moderna,1985. 


Texto V

A violência que vai à escola todo dia

Onde estão os responsáveis por alunos tão jovens, antes, durante e depois de eles passarem por traumas? O que fizeram para prevenir ou resolver o problema?

Quem vai a campo conhecer a realidade das escolas brasileiras ouve relatos tão assustadores quanto revoltantes. Crianças e adolescentes revelam experiências de assédio moral e sexual, agressão verbal e física, dramas psicológicos variados. Mas a frequência e a reincidência dessas práticas causam mais que assombro e indignação. Despertam uma pergunta básica: por quê?

Onde estão os responsáveis por alunos tão jovens, antes, durante e depois de eles passarem por vivências traumatizantes? O que fizeram para prevenir, enfrentar ou solucionar o problema? Elegem corretamente suas prioridades em termos de educação? Enxergam e conhecem, de fato, os alunos que passam no mínimo quatro horas por dia na escola? Enxergam e conhecem, realmente, quem está perto deles enquanto estudam, brincam, lancham, conversam?

É inegável a relevância de fatores como número de matrícula, taxa de permanência na escola, desempenho escolar, indicadores de qualidade. No entanto, esses dados estão diretamente relacionados com o ambiente físico e, sobretudo, psicológico em que meninas e meninos adquirem conhecimentos que farão diferença pelo resto de suas vidas.

Quando um vigia provoca um incêndio que leva à morte crianças e a si próprio dentro de uma escola, o episódio gera comoção nacional. Mas corre o risco de cair no esquecimento. Quem ainda ouve falar da morte de mais de uma dezena de crianças numa escola de Realengo, em 7 de abril de 2011? Um atirador disparou à queima-roupa contra professoras e estudantes, suicidando-se em seguida.

Esses são casos extremos que ganham as manchetes. Há, porém, os crimes silenciosos, que raramente têm visibilidade e, portanto, se perpetuam sem que se tente impedi-los.

Ninguém suspeita de nada? Ninguém lê nas escolas os sinais que normalmente antecedem e caracterizam as diferentes formas de violência de que são alvos tantos estudantes? Ademais, como se sabe, a educação de meninas, meninos, adolescentes e jovens extrapola o âmbito familiar e envolve uma rede que vai dos gabinetes do poder público às salas de aula, passando por pátios, cantinas, quadras esportivas, entorno escolar. Todos têm sua parcela de responsabilidade pela saúde física e mental dos milhões de estudantes que hoje frequentam as mais de 200 mil escolas de educação básica do Brasil.

Cabe lembrar que os diversos tipos de violência não se restringem às instituições públicas de ensino. Incluem as particulares. Naturalmente, a falta de recursos das famílias de baixa renda agrava o quadro, pois elas geralmente não têm como apelar para trocas de sala, de escola ou de professores ou mesmo, em casos extremos, para contratar psicólogos, advogados ou quaisquer profissionais necessários para garantir o bem-estar da criança em situação de agravo.

Tudo isso se torna ainda mais preocupante quando se observa uma espécie de complexo de avestruz, pelo qual não enxergar a gravidade da situação ou negá-la é a única resposta a um drama que afeta estudantes, professor e o próprio sistema escolar.

Chama a atenção que um país como o Brasil, com uma das taxas mais altas de violência do mundo, despreze a necessidade de se pesquisar por que esses níveis inaceitáveis de outras formas de violência atingem as escolas. É de pequenos cidadãos que estamos tratando. Merecem políticas públicas que tornem visível o problema para enfrentá-lo imediatamente.

WERTHEIN, Jorge. A violência que vai à escola todo dia. O Globo, 22 out. 2017. Disponível em:

<https://oglobo.globo.com/opiniao/a-violencia-que-vai-escola-todo-dia-21974928>. Acesso em: 16 jul. 2019.

Texto VI

Poder da mídia

As informações dos meios de comunicação, da mídia impressa e eletrônica, quase sempre contam com a confiança da maioria da opinião pública. Ela tende a fazer uma leitura linear da informação, sem questionamento, crédula, e assim aceita como verdade a versão do fato, seja diante de um dado novo sobre um episódio conhecido, seja porque surgiu outro sobre o qual nada sabia. Essa realidade reflete a necessidade de mudanças, de sorte que os profissionais, as empresas, atuem dentro dos limites do poder que detêm e dos riscos e consequências do seu exercício. A questão não é só da nossa mídia, mas da área de comunicação em quase todos os países.

A Era da Informação, que gerou tantas esperanças, não pode ser vista como formada por empresas e
profissionais infalíveis, juízes de todo mundo. A mídia também deve ter limites, normas, pois do contrário a sociedade, o público, fica sem condições de influir no processo democrático, de enfrentar o poder dos meios de comunicação. Há necessidade, portanto, de ampliar o debate, de garantir espaços para pessoas, instituições, tendências, ideias. A existência do debate, do confronto de ideias, ajudará no exercício da liberdade de imprensa, na sua contribuição para o regime democrático, que não pode ter a mídia como dona da verdade e única força moral, transformadora.

Tal tendência é perigosa para o conjunto de uma nação, de um Estado, na medida em que a mídia atua como porta-voz da sociedade, que em sua maioria é receptora da informação, de debates com pessoas com os mesmos pontos de vista, ou seja, uma inegável censura à difusão das ideias. Além disso, temos de refletir sobre a concentração de poder na área da comunicação, hoje sob controle de sete grandes grupos com base nos Estados Unidos, Alemanha, Austrália, México e Brasil. Tais grupos influem nos governos, detêm o controle de grandes corporações, que dispõem de meios e modelos para influir nas ideias e nos destinos de pessoas e nações.

Evidente que o mundo da comunicação, por seu gigantismo, vem sendo cada dia mais competitivo,
sendo comum a difusão de informação que carece de confirmação, que viceja no terreno da invenção,
da suposição, em que sempre tarda a autocrítica, que fica restrita ao universo das redações ou ao bar da esquina. Diante disso, nos Estados Unidos, na Europa, crescem setores organizados que buscam influir nos rumos da informação, criando espaços para questionamentos, reparos, de forma objetiva e imediata. Entre os críticos da mídia, dos seus defeitos, Noam Chomsky assegura que seu produto “é moldado paraatender as necessidades de poder e dominação nos quais ela se embute, gerando o risco de transformar o público em átomos isolados de consumo, passivos e obedientes”.

Não resta dúvida, portanto, que estamos diante de um desafio e com o dever de agir para alterar os rumos da tendência da mídia. A liberdade de imprensa tem de ser defendida, assegurada, sem censura, restrições. A tarefa de todos nós deve ser garantir a liberdade de expressão, a exigência de ética, de formação profissional e normas claras de forma que o exercício do jornalismo seja um instrumento da cidadania e ajude a consolidar a democracia como forma educativa de Governo.
JORGE NETO, Nagib. Poder da mídia. Diário de Pernambuco, 25 set. 2018. Disponível em: <www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/2018/09/25/3441366/poder-da-midia.shtml>. Acesso em: 12 set. 2019.

A Conjuração das palavras

1. O texto a seguir foi retirado de um livro do escritor Benito Pérez Galdós – A Conjuração das palavras – e retrata o momento em que as pal...