Aula
invertida - AM2 - 2 E.M
Agora é com você.
Prepare uma aula de leitura e interpretação de
um artigo de opinião de acordo com as instruções abaixo.
- Leia atenciosamente o texto entregue pela
professora.
- Crie uma questão de interpretação de texto e duas
relacionadas às características do gênero e às estratégias argumentativos utilizadas.
- Crie um
powerpoint com o texto, as questões e as respostas.
- Apresente para turma. Sua apresentação deve ter no
máximo 17 min.
Importante: retome as informações a seguir.
- Estratégias argumentativas:
o causa e
consequência;
o alusão
histórica;
o citação;
o exemplificação;
o contraposição;
o comparação;
o comprovação
o contra-argumentação.
Critério de avaliação
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Estratégia
argumentativa: identificação e análise.
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0,00 a 2,00
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Questões
coerentes e de acordo com a norma-padrão de Língua Portuguesa.
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0,00 a 3,00
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Linguagem: clareza, coerente e
didática.
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0,00 a 1,50
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Apresentação em Power Point:
organização entre texto e imagem. Além disso, cumprimento da norma padrão da
língua portuguesa.
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0,00 a 1,50
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Conteúdo: conhecimento e domínio
do assunto e fidelidade ao tema proposto
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0,00 a 2,00
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Texto I
A tecnologia
precoce. Lamentável!
Em recente homilia, o papa
Francisco clamava para que tivéssemos um uso consciente dos telefones
celulares. Advertiu que devemos ter um cuidado especial na orientação das
crianças no uso dos smartphones.
Lembrei de Zygmunt Bauman,
filósofo, sociólogo e cientista, indo mais além, um visionário que traduzia em
fáceis palavras nossa truncada e conflituosa “sociedade líquida”. Em um de seus
artigos escreveu que o acesso ilimitado à internet representava, para muitos,
uma “escravidão voluntária”.
A escravidão imposta,
compulsória, talvez seja uma das situações mais lamentáveis, degradantes e
tiranas que um ser possa sofrer, mas penso que a escravidão voluntária,
opcional, espontânea, talvez seja igualmente lastimável, sobretudo porque há a
opção de não se submeter a determinada situação. É evidente que o avanço
tecnológico deve ser festejado, mas seu uso deve ser direcionado pelo bom senso
e responsabilidade, é o que já defendi e argumentei em diversos artigos. A
Organização Mundial de Saúde já considera o uso dos celulares como uma patologia
global, atingindo milhões de pessoas, causando danos físicos, emocionais e
sociais.
E, lamentavelmente, todos esses
prejuízos estão começando cada dia mais cedo, pois as crianças e até bebês já
estão dependentes da tecnologia. Vejo crianças hipnotizadas pelo celular, sem
interação com os pais, e o pior, sem vigilância no que estão vendo na internet.
Muitos bebês só dormem se
estiverem assistindo a alguma coisa no celular, já existem equipamentos que
acoplam os telefones nos berços e carrinhos. Talvez o próximo lançamento seja
um berço equipado com sinal de wi-fi e tablet integrado, para que os
recém-nascidos já passem a fazer parte do exército de consumidores.
Pois assim é a dinâmica do
consumo contemporâneo, mais que criar produtos e mercadorias, é preciso que se
criem consumidores. Indo além, preferencialmente consumidores que não questionem
o uso, os benefícios ou malefícios do que estão consumindo, apenas consumam,
naveguem, curtam, compartilhem....
Sei que as crianças, de maneira
inicial, consomem “mercadorias inocentes”, explico: desenhos animados, músicas
lúdicas e inúmeros produtos direcionados para a faixa etária infantil. O
problema é a precocidade e a intensidade desse acesso à tecnologia. Pois num
primeiro momento é isto que veem, mas em pouco tempo já estarão acessando
outros conteúdos e navegando por outros mares. E a responsabilidade de impor
limites, educar e direcionar é dos pais.
O mundo virtual e tecnológico
deve ser usufruído, mas com regras, limites e no tempo adequado. Mais do que de
um celular, as crianças precisam dos pais. Certamente elas terão melhores
sonhos se dormirem com um abraço e não com uma tela luminosa.
SIQUEIRA, João Paulo S. de. A tecnologia precoce.
Lamentável! Disponível em: <www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/2019/05/21/3476619/a-tecnologia-precoce-lamentavel.shtml>.
Acesso em: 6 jun. 2019.
Texto II
O
sonho olímpico à beira do abismo
Bia Abramo
Colunista da folha
As Olimpíadas ainda nem começaram, mas
o Brasil já tem seu candidato a herói, ou melhor, candidata a heroína olímpica:
Daiane dos Santos. A expectativa é enorme: nos programas esportivos que
precedem os Jogos de Atenas, ela é tratada como a grande promessa de medalhas,
de glória, de heroísmo.
Não é de todo descabido esse
tratamento. Daiane é, de fato, uma atleta excepcional, vem obtendo resultados
expressivos em competições internacionais, deu nome a um salto que só ela
consegue fazer, etc. Mas o problema é transformar o desejo de que a
ginasta se saia bem em comemoração por antecipação. A competição olímpica pode
reservar surpresas e é já de se perguntar o que acontecerá com Daiane, se seu
"sonho olímpico", para usar uma expressão presente em nove entre dez
matérias de programas esportivos, não se realizar.
Para a TV, o esporte é a arena por
excelência onde se criam e destroem heróis. Nas Olimpíadas, um raro momento em
que a hegemonia absoluta do futebol como preferência nacional dá lugar a outras
modalidades, outros nomes, outras imagens, essa possibilidade se multiplica, e
daí essa espécie de corrida em determinar aqueles que devem ou não merecer
nossa devoção.
É ambígua a relação dos brasileiros com
seus heróis esportivos. Em primeiro lugar, temos a tendência a ser
condescendentes no atacado e rigorosos no varejo. Perdoamos com mais
facilidade um time que vai mal do que o esportista individual ou a estrela do
time que falha. Lembremos de como Ronaldo, em 98, despencou para a posição de
vilão em apenas uma partida e, em 2002, só ali depois do jogo contra a
Inglaterra voltou plenamente a seu posto de herói do futebol.
Em segundo lugar, mesmo que os feitos
atestem a potencialidade desse ou daquele atleta tornar-se um herói, temos um
eterno pé atrás. Por alguma razão, por alguma espécie de premonição do
desastre, desconfiamos de sua capacidade até o final, apostamos que eles não
irão satisfazer plenamente nossa sede de triunfo. Talvez pela história errática
de feitos esportivos, talvez por uma espécie de incapacidade de acreditarmos
sem ressalvas no outro, o fato é que os nossos heróis do esporte nos parecem na
iminência de um fracasso. Mas esporte na TV é, como se diz, emoção em
estado obrigatório e essa desconfiança não combina com a espécie de histeria
que toma a cobertura esportiva. A solução é bombardear o espectador com a
certeza de que as previsões têm que dar certo.
Uma observação se impõe: esta coluna
torce para que Daiane se transforme em nossa heroína por força de suas proezas,
não pela insistência da TV. Desde Nadia Comaneci, que apresentou a
ginástica agora chamada de artística para a minha geração, a visão dessas meninas
que voam está entre as mais impressionantes e belas imagens que um esporte pode
proporcionar.
Folha de São Paulo, 20 de junho de 2004.
Texto III
Deveríamos viver a
vida ou capturá-la?
Um artigo
recente no New York Times explora a onda explosiva de gravações de eventos
feitas em smartphones, dos mais significativos aos mais triviais.
Todos são, ou
querem ser, a estrela de sua própria vida, e a moda é capturar qualquer momento
considerado significativo. Microestrelas do YouTube têm vídeos de selfies que
se tornam virais em questão de horas, como o mais recente do jornalista Scott
Welsh, gravado durante um voo da companhia aérea Jetblue Airways, em que as
máscaras de oxigênio baixaram devido a um defeito mecânico. Se você se depara
com a morte, por que não compartilhar seus momentos derradeiros com aqueles que
você deixou?
Há um aspecto
disso tudo que faz sentido; todos somos importantes, nossas vidas são
importantes, e queremos que elas sejam vistas, compartilhadas, apreciadas. Mas
há outro aspecto que leva a um desligamento com o momento.
Estarão as
pessoas esquecendo de estar presentes no momento, espalhando seu foco ao ver a
vida através de uma tela? Você deveria estar vivendo a sua vida ou vivendo-a
para que os outros a vejam?
Deve-se
dizer, entretanto, que isso tudo começou antes da revolução dos celulares. Algo
ocorreu entre o diário privado que mantínhamos chaveado em uma gaveta e a
câmera de vídeo portátil. Por exemplo, em junho de 2001, levei um grupo de
alunos da universidade de Dartmouth em uma viagem para ver o eclipse total do
Sol na África. A bordo havia um grupo de “tietes de eclipse”, pessoas que
viajam o mundo atrás de eclipses. Quando você vir um, vai entender o porquê. Um
eclipse solar total é uma experiência altamente emocionante que desperta uma
conexão primitiva com a natureza, nos unindo a algo maior e realmente incrível
a respeito do mundo. É algo que necessita um comprometimento total e foco de
todos os sentidos. Ainda assim, ao se aproximar o momento de totalidade, o
convés do navio era um mar de câmeras e tripés, enquanto dezenas de pessoas se
preparavam para fotografar e filmar o evento de quatro minutos.
Em vez de se
envolverem totalmente com esse espetacular fenômeno da natureza, as pessoas
preferiram olhar para isso através de suas câmeras. Eu fiquei chocado. Havia
fotógrafos profissionais a bordo e eles iam vender/dar as fotos que tirassem.
Mas as pessoas queriam as suas fotos e vídeos de qualquer forma, mesmo se não
fossem tão bons. Eu fui a outros dois eclipses, e é sempre a mesma coisa. Sem
um envolvimento pessoal total. O dispositivo é o olho através do qual eles
escolheram ver a realidade.
O que os
celulares e as redes sociais fizeram foi tornar o arquivamento e o
compartilhamento de imagens incrivelmente fáceis e eficientes. O alcance é
muito mais amplo, e a gratificação (quantos “curtir” a foto ou o vídeo recebe)
é quantitativa. As vidas se tornaram um evento social compartilhado.
[...]
É por isso
que eu tendo a usar essas tecnologias minimamente, para mostrar imagens e
gráficos ou citações significativas.
GLEISER, Marcelo. Deveríamos viver a vida ou
capturá-la? Fronteiras do Pensamento, 7 out. 2014.Disponível em:
<www.fronteiras.com/artigos/marcelo-gleiser-deveriamos-viver-a-vida-ou-captura-la->.
Acesso em: 3 set. 2019
Texto IV
Viver em sociedade
A
sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se
ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e
satisfazer seus interesses e desejos.
Sem
vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano
sempre necessitou de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo
moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que
tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não
necessite dos outros muitas vezes por dia.
Mas as
necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os
alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde.
Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita
de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção
e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua
fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.
Os
seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem
esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da
natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria
possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse
armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco
tempo sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando
de alguém com quem falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E
muito provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo.
Mas,
justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer
suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que
sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas
a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as
necessidades de algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em
que procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as
necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as
mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente
entre todos.
Para
que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer
seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem conhecer e
cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais.
DALLARI, Dalmo de Abreu.Viver em sociedade.
São Paulo: Moderna,1985.
Texto V
A violência que vai à
escola todo dia
Onde estão
os responsáveis por alunos tão jovens, antes, durante e depois de eles passarem
por traumas? O que fizeram para prevenir ou resolver o problema?
Quem vai a
campo conhecer a realidade das escolas brasileiras ouve relatos tão
assustadores quanto revoltantes. Crianças e adolescentes revelam experiências
de assédio moral e sexual, agressão verbal e física, dramas psicológicos
variados. Mas a frequência e a reincidência dessas práticas causam mais que assombro
e indignação. Despertam uma pergunta básica: por quê?
Onde estão os
responsáveis por alunos tão jovens, antes, durante e depois de eles passarem
por vivências traumatizantes? O que fizeram para prevenir, enfrentar ou
solucionar o problema? Elegem corretamente suas prioridades em termos de
educação? Enxergam e conhecem, de fato, os alunos que passam no mínimo quatro
horas por dia na escola? Enxergam e conhecem, realmente, quem está perto deles
enquanto estudam, brincam, lancham, conversam?
É inegável a
relevância de fatores como número de matrícula, taxa de permanência na escola,
desempenho escolar, indicadores de qualidade. No entanto, esses dados estão
diretamente relacionados com o ambiente físico e, sobretudo, psicológico em que
meninas e meninos adquirem conhecimentos que farão diferença pelo resto de suas
vidas.
Quando um
vigia provoca um incêndio que leva à morte crianças e a si próprio dentro de
uma escola, o episódio gera comoção nacional. Mas corre o risco de cair no
esquecimento. Quem ainda ouve falar da morte de mais de uma dezena de crianças
numa escola de Realengo, em 7 de abril de 2011? Um atirador disparou à
queima-roupa contra professoras e estudantes, suicidando-se em seguida.
Esses são
casos extremos que ganham as manchetes. Há, porém, os crimes silenciosos, que
raramente têm visibilidade e, portanto, se perpetuam sem que se tente
impedi-los.
Ninguém
suspeita de nada? Ninguém lê nas escolas os sinais que normalmente antecedem e
caracterizam as diferentes formas de violência de que são alvos tantos
estudantes? Ademais, como se sabe, a educação de meninas, meninos, adolescentes
e jovens extrapola o âmbito familiar e envolve uma rede que vai dos gabinetes
do poder público às salas de aula, passando por pátios, cantinas, quadras
esportivas, entorno escolar. Todos têm sua parcela de responsabilidade pela
saúde física e mental dos milhões de estudantes que hoje frequentam as mais de
200 mil escolas de educação básica do Brasil.
Cabe lembrar
que os diversos tipos de violência não se restringem às instituições públicas
de ensino. Incluem as particulares. Naturalmente, a falta de recursos das
famílias de baixa renda agrava o quadro, pois elas geralmente não têm como
apelar para trocas de sala, de escola ou de professores ou mesmo, em casos extremos,
para contratar psicólogos, advogados ou quaisquer profissionais necessários
para garantir o bem-estar da criança em situação de agravo.
Tudo isso se
torna ainda mais preocupante quando se observa uma espécie de complexo de
avestruz, pelo qual não enxergar a gravidade da situação ou negá-la é a única
resposta a um drama que afeta estudantes, professor e o próprio sistema
escolar.
Chama a
atenção que um país como o Brasil, com uma das taxas mais altas de violência do
mundo, despreze a necessidade de se pesquisar por que esses níveis inaceitáveis
de outras formas de violência atingem as escolas. É de pequenos cidadãos que
estamos tratando. Merecem políticas públicas que tornem visível o problema para
enfrentá-lo imediatamente.
WERTHEIN, Jorge. A violência que vai à escola todo dia.
O Globo, 22 out. 2017. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/opiniao/a-violencia-que-vai-escola-todo-dia-21974928>.
Acesso em: 16 jul. 2019.
Texto VI
Poder da mídia
As informações dos meios de comunicação, da mídia impressa e eletrônica, quase sempre contam com a confiança da maioria da opinião pública. Ela tende a fazer uma leitura linear da informação, sem questionamento, crédula, e assim aceita como verdade a versão do fato, seja diante de um dado novo sobre um episódio conhecido, seja porque surgiu outro sobre o qual nada sabia. Essa realidade reflete a necessidade de mudanças, de sorte que os profissionais, as empresas, atuem dentro dos limites do poder que detêm e dos riscos e consequências do seu exercício. A questão não é só da nossa mídia, mas da área de comunicação em quase todos os países.
A Era da Informação, que gerou tantas esperanças, não pode ser vista como formada por empresas e
profissionais infalíveis, juízes de todo mundo. A mídia também deve ter limites, normas, pois do contrário a sociedade, o público, fica sem condições de influir no processo democrático, de enfrentar o poder dos meios de comunicação. Há necessidade, portanto, de ampliar o debate, de garantir espaços para pessoas, instituições, tendências, ideias. A existência do debate, do confronto de ideias, ajudará no exercício da liberdade de imprensa, na sua contribuição para o regime democrático, que não pode ter a mídia como dona da verdade e única força moral, transformadora.
Tal tendência é perigosa para o conjunto de uma nação, de um Estado, na medida em que a mídia atua como porta-voz da sociedade, que em sua maioria é receptora da informação, de debates com pessoas com os mesmos pontos de vista, ou seja, uma inegável censura à difusão das ideias. Além disso, temos de refletir sobre a concentração de poder na área da comunicação, hoje sob controle de sete grandes grupos com base nos Estados Unidos, Alemanha, Austrália, México e Brasil. Tais grupos influem nos governos, detêm o controle de grandes corporações, que dispõem de meios e modelos para influir nas ideias e nos destinos de pessoas e nações.
Evidente que o mundo da comunicação, por seu gigantismo, vem sendo cada dia mais competitivo,
sendo comum a difusão de informação que carece de confirmação, que viceja no terreno da invenção,
da suposição, em que sempre tarda a autocrítica, que fica restrita ao universo das redações ou ao bar da esquina. Diante disso, nos Estados Unidos, na Europa, crescem setores organizados que buscam influir nos rumos da informação, criando espaços para questionamentos, reparos, de forma objetiva e imediata. Entre os críticos da mídia, dos seus defeitos, Noam Chomsky assegura que seu produto “é moldado paraatender as necessidades de poder e dominação nos quais ela se embute, gerando o risco de transformar o público em átomos isolados de consumo, passivos e obedientes”.
Não resta dúvida, portanto, que estamos diante de um desafio e com o dever de agir para alterar os rumos da tendência da mídia. A liberdade de imprensa tem de ser defendida, assegurada, sem censura, restrições. A tarefa de todos nós deve ser garantir a liberdade de expressão, a exigência de ética, de formação profissional e normas claras de forma que o exercício do jornalismo seja um instrumento da cidadania e ajude a consolidar a democracia como forma educativa de Governo.
JORGE NETO, Nagib. Poder da mídia. Diário de Pernambuco, 25 set. 2018. Disponível em: <www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/opiniao/2018/09/25/3441366/poder-da-midia.shtml>. Acesso em: 12 set. 2019.